Assassinato de João Canuto
Após
várias ameaças de morte, o dirigente sindical,
João Canuto, foi assassinado com 18 tiros, no dia 18
de dezembro de 1985. Ele era perseguido principalmente por
sua luta pela reforma agrária. O crime foi planejado
por um grupo de fazendeiros do sul do Pará, entre eles
Adilson Carvalho Laranjeira, fazendeiro e prefeito de Rio
Maria na ocasião do assassinato, e Vantuir Gonçalves
de Paula.
O
inquérito foi concluído oito anos após
a ocorrência do crime. A denúncia foi feita pelo
Ministério Público apenas em 1996. Um ano depois,
sob ameaça da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos)
de condenar o governo brasileiro pela demora na apuração
dos fatos, o andamento do processo foi agilizado. Em 1999,
o Brasil foi condenado pela Comissão Interamericana
devido à lentidão na apuração
do caso. Sob pressão de organizações
de direitos humanos, em 2001, os dois acusados foram pronunciados
como mandantes do assassinato.
Vale
ressaltar, entretanto, que a perseguição e violência
contra os trabalhadores rurais continuam na região.
Cinco anos após a morte de João Canuto, três
de seus filhos, Orlando, José e Paulo, foram seqüestrados
e dois deles foram assassinados. Orlando sobreviveu, mas ficou
gravemente ferido. Expedito Ribeiro, sucessor de João
Canuto na presidência do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais, foi assassinado em 2 de fevereiro de 1991. Um mês
depois, Carlos Cabral, sucessor de Ribeiro e genro de Canuto,
foi ferido num atentado a bala.
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