Empresas transnacionais do agronegócio causam violência, grilagem de terras e destruição no Cerrado é o título do relatório que a Rede Social de Justiça e Direitos Humanos lança nesta quarta-feira, 12 de julho de 2023. Nele, está descrita a relação entre o aumento de preço das commodities da soja e as recentes grilagens, desmatamentos e violências contra comunidades rurais.
No sul do Piauí, foco deste relatório, atuam empresas do agronegócio no Brasil, como a Radar Propriedades Agrícolas S.A./Tellus, Insolo Agroindustrial, Sierentz, SLC Agrícola e SLCLandCo. A pesquisa mostra as relações destas com a trading company Bunge e com corporações financeiras transnacionais como o fundo de pensão estadunidense TIAA, a Universidade de Harvard e o fundo de investimento Valiance Asset Management, do Reino Unido.
Um dos casos descritos no relatório foi o desmatamento de cerca de 4 mil hectares entre 2021 e 2023 na Fazenda Kajubar: “o caso da fazenda Kajubar não é isolado. Este tipo de mecanismo revela a ação de grileiros e de empresas do agronegócio, muitas vezes ligadas a fundos internacionais, que estimulam desmatamento e violência contra comunidades rurais. A pesquisa sobre casos de desmatamento combina monitoramento realizado pela organização AidEnvironment e denúncias por parte de comunidades impactadas.”
O relatório detalha o processo de ação anulatória que mostra que esta e outras áreas foram griladas - como é o caso de áreas controladas pelo grupo Radar S.A. e Insolo Agroindustrial.
Estas empresas promovem a expansão do monocultivo da soja, causando violação de direitos territoriais de comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e camponesas. Estas comunidades, que preservam o Cerrado, denunciam o aumento das queimadas, desmatamentos, violência, ameaças de morte e contaminação de sua produção de alimentos por agrotóxicos das empresas do agronegócio.
Empresas transnacionais do agronegócio causam violência, grilagem de terras e destruição no Cerrado está embargado até às 06h de 12 de julho de 2023.
Mais informações e entrevistas com autores:
Daniela Stefano
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