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Raízes e fronteiras: série em áudio em 5 episódios

A Universidade de Strathclyde (Escócia) em parceria com a Rede Social de Justiça e Direitos Humanos lança a série Raízes e Fronteiras. Em cada episódio, os povos que vivem em uma determinada região da Amazônia contam como enfrentam as fronteiras de projetos destrutivos que limitam o bem viver.

Raízes e Fronteiras narra os desafios e histórias de luta de comunidades, brasileiras e imigrantes, que são impactadas pela invasão e destruição de seus territórios por projetos que se instalaram na região amazônica para explorar as riquezas naturais da região. Em nome do lucro, muitas pessoas tem sido forçadas a deixar suas casas, famílias, terras, cultivos, pescas.
Apesar disso, essas pessoas seguem resistindo ao crescente autoritarismo e ao avanço da destruição da natureza para lutar por melhores condições de vida que os conectem à seus, saberes, histórias e dignidade ancestrais.

Raízes e Fronteiras é um podcast elaborado com depoimentos das pessoas afetadas por estas situações. Os áudios foram coletados pelos autores e autoras dos seis artigos do livro Amazônia em fluxo: tensões, território e trabalho, a ser lançado em 2021 pela Universidade de Strathclyde  e Rede Social de Justiça e Direitos Humanos.

Cada episódio foca em uma temática específica, passando pela construção da hidrelétrica Belo Monte e as empresas da cadeia de alumínio no Pará, mas também a luta de trabalhadoras rurais para reconquistar a terra e de mulheres imigrantes em busca de trabalho no Acre e a superexploração de haitianos em Mato Grosso.

Os episódios tem duração de cerca de sete minutos cada. Além de estar disponível nos websites do Centro de Economia Política do Trabalho da Universidade de Strathclyde e da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, a série também será distribuída por whatsapp para as comunidades onde os depoimentos foram gravados.


 

 Episódio 5: A exploração do trabalho de haitianos no Mato Grosso
 
“O jeito de trabalhar no Brasil, sabe o que é ruim? Se você não sabe o seu direito, o pessoal não fala. Você pode trabalhar 12 por 12 e ninguém vai falar pra você. Mas se você já sabe aí vai reclamar seu direito.”

Em busca de uma vida melhor e de assegurar o envio de recursos para a família que ficara no Haiti, mais de 40 mil haitianos chegaram ao Brasil. No estado do Mato Grosso, a rota da imigração haitiana coincide com a rota da exposição à riscos químicos e de escravização. Imigrantes de países como o Haiti passam a preencher postos de trabalhos precários e ficam mais vulneráveis à exploração,incluindo o trabalho escravo contemporâneo. Nesse cenário, a organização coletiva dos haitianos pressiona o Estado e a social civil por mudanças.
 
No quinto episódio de Raízes e Fronteiras, haitianos contam sobre as situações de trabalho que são submetidos no Mato Grosso.
 
Leia a transcrição deste episódio 

Apresentação: Ana Laíde Barbosa. Produção: Daniela Stefano. Roteiro baseado no artigo “Exploração do trabalho e escravidão de imigrantes haitianos em Mato Grosso”, de Bianca Vasquez Pistório e Luís Henrique da Costa Leão. Capítulo do livro Amazônia em fluxo: tensões, território e trabalho, a ser lançado em 2021 pela Universidade de Strathclyde.

 


 

Episódio 4: Os portões do Eldorado amazônico
 
“O que queremos é trabalhar. Viemos com a mentalidade de que não vamos ser milionários ou algo assim, só queremos um trabalho estável, uma saúde adequada.Por isso decidi viajar ao Brasil.”
O legado do mito do Eldorado segue arraigado na construção contemporânea da região amazônica brasileira. No entanto, a realidade que mulhers encontram não é a da cidade de ouro, mas repleta de trabalho extremamente precário, frágil proteção social, desemprego e violência de gênero.
No quarto episódio de Raízes e Fronteiras imigrantes falam sobre as dificuldades que enfrentam em busca de reconstruir a vida na amazônia brasileira.

Leia a transcrição deste episódio 

Apresentação: Ana Laíde Barbosa. Produção: Daniela Stefano. Roteiro baseado no artigo A Securitização dos Portões do Eldorado Amazônico: a proteção humanitária de mulheres imigrantes em Roraima e no Acre, de Rosbelli Margarita Rojas Pinango, Solene Oliveira da Costa e Francis Vinicius Portes Virginio. Capítulo do livro Amazônia em fluxo: tensões, território e trabalho, a ser lançado em 2021 pela Universidade de Strathclyde.

 

 

 


Episódio 3:  A luta de camponesas pelo retorno à  terra no Acre

 "A gente está aqui pacificamente só tá atrás dos nossos direitos que eu sei que eu tenho, sou brasileira, não posso estar na Bolívia, não tenho como pagar esse imposto e pra onde eu vou? É pra cá. Daqui eu não saio e só Deus me tira."

Viver na faixa fronteiriça da Bolívia, sem terra, sem trabalho e tendo apenas o que comer, ficou ainda mais difícil a partir de 2007, quando o governo de Evo Morales fez valer o que estava na constituição e estrangeiros foram proibidos de morar numa faixa de 50 quilômetros da fronteira.

No terceiro episódio de Raízes e Fronteiras, camponesas e extrativistas acreanas que viviam na Bolívia e sonhavam em voltar para o Brasil contam sobre como conquistaram o direito à terra no estado do Acre.

Leia a transcrição deste episódio 

Apresentação: Ana Laíde Barbosa. Produção: Daniela Stefano. Roteiro  baseado no artigo Mobilidade Territorial de seringueiros brasilvianos na fronteira do estado do Acre (Brasil) e departamento de Pando (Bolívia), de Maria de Jesus Morais (Ufac/CFCH - Geografia), José Alves  (Ufac/CFCH - Geografia) e Daniela Stefano. Capítulo do livro  Amazônia em fluxo: tensões, território e trabalho, a ser lançado em  2021 pela Universidade de Strathclyde.

 

 

  


 Episódio 2: De territórios de vida a zonas de sacrifício

“A gente bebe um copo de água ou ele tá com chumbo, que é aquela água branca, ou ele está com caulim, que é aquela água mais branca igual um leite, ou ele está com soda cáustica que é vermelho igual um suco de goiaba. O rio Murucupi tá morto.”

Empresas que atuam na cadeia de produção de alumínio migraram de países ricos para a África e para a América Latina, trazendo os riscos, desastres e as contaminações para o sul global. 
É o caso de mineradoras de bauxita, como a MRN e a Alcoa, da refinaria de alumina Alunorte, e da fábrica de alumínio Albrás. Essas empresas se instalaram em Barcarena, Juruti e Oriximiná, no  Pará, expropriando comunidades inteiras que dependiam do território para viver. Neste episódio de Raízes e Fronteiras, mulheres e homens  que habitam esses muncípios paraense relatam como o avanço da cadeia de alumínio vem afetando suas vidas.

Leia a transcrição deste episódio 

Apresentação: Ana Laíde Barbosa. Produção: Daniela Stefano. Roteiro baseado no artigo Impactos da cadeia produtiva do alumínio sobre territórios tradicionalmente ocupados no Pará: os casos de Oriximiná, Barcarena e Juruti, de Thaís Borges e Maurício Torres, capítulo do livro Amazônia em fluxo: tensões, território e trabalho, a ser lançado em 2021 pela Universidade de Strathclyde.

 

 

 


 Episódio 1: nossa vida era o Rio Xingu
“O rio morre e a gente também vai morrendo aos poucos. Porque o rio era nossa alegria, nossa vida. O rio tá doente, todos que dependem dele também estão doentes.”

A Volta Grande do Xingu, no Pará é uma área rica em fauna, flora e minérios. E é também o lar de 23 comunidades; de pescadores, ribeirinhos, agricultores, além de povos indígenas aldeados e não aldeados. Natureza e povos foram impactados com a construção da hidrelétrica de Belo Monte e são agora ameaçados com a instalação da mineradora canadense Belo Sun, que pretende explorar o ouro da região.

Neste episódio, moradoras e moradores da Volta Grande falam dos impactos que sofrem e sobre a ligação que possuem com o rio Xingu.

Leia a transcrição deste episódio

Apresentação: Ana Laíde Barbosa. Produção: Daniela Stefano. Roteiro baseado no artigo Nossa Vida era o Rio Xingu, de Ana Laíde Barbosa e Josefa de Oliveira Camara da Silva, capítulo do livro Amazônia em fluxo: tensões, território e trabalho, a ser lançado em 2021 pela Universidade de Strathclyde.