A resistência das comunidades rurais na proteção de suas memórias
Estudos antropológicos para titulação de territórios coletivos indicam que há comunidades rurais no Sul do Piauí há pelo menos seis gerações. Nas últimas décadas, entretanto, o avanço do agronegócio causou diversas violações aos direitos dos povos e comunidades tradicionais que ali vivem. De que forma essas violações impactaram suas histórias de vida? Como a ancestralidade está presente nessas comunidades? Essas são algumas das questões que serão respondidas na terceira temporada da série em áudio Aqui É Meu Lugar.
Esta temporada foi construída colaborativamente, em parceria com o Coletivo Povos e Comunidades Tradicionais do Piauí e Comissão Pastoral da Terra. Tem como objetivo garantir o direito à memória e de contar a própria história. Como o avanço do agronegócio tenta destruir os modos de vida de povos e comunidades tradicionais, é importante conhecer e preservar raízes para fortalecer o sentimento de pertença.
A terceira temporada de Aqui é Meu Lugar é composta por oito episódios com cerca de oito minutos cada, e vai ao ar quinzenalmente às segundas-feiras. Ouça!
Episódio 7
A tecnologia social no Sul do Piauí
Quando os ancestrais das comunidades que vivem nos territórios do Cerrado piauiense ali chegaram, encontraram na natureza quase tudo o que precisavam para as atividades na roça e no lar. E desenvolveram técnicas que deram formas a essas matérias primas. Criaram o tapiti e o sabão de timbó, por exemplo. É o que chamamos de tecnologia social.
As tecnologias sociais criadas pelas comunidades e povos tradicionais como forma de facilitar a vida e o trabalho são temas do sétimo e último episódio da terceira temporada de Aqui É Meu Lugar.
As entrevistas deste episódio foram feitas por Alici Nunis da Silva, Fábio Pitta e Teresa Paris.
Episódio 6
Impactos do agronegócio na vida das comunidades rurais
Várias espécies de tatu, veado, perdiz, seriema, tamanduá... Estes e outros animais viviam na chapada do Cerrado piauiense antes dos desmatamentos causados pelo agronegócio. Com os monocultivos de soja e o uso de agrotóxicos, o agronegócio destrói a biodiversidade e a vida no Cerrado.
A vida das comunidades rurais antes e depois da invasão de seus territórios pelo agronegócio é o tema do sexto episódio da terceira temporada de Aqui é Meu Lugar.
As entrevistas deste episódio foram feitas por Bia Antunes, Ercilene Nunis da Silva, Fábio Pitta, João Roberto Ripper e Teresa Paris.
Episódio 5:
Mulheres e homens: mesmos direitos, mesmos deveres
A vida das mulheres é sobrecarregada, tanto nas comunidades rurais do sul do Piauí como em toda a sociedade. As responsabilidades com os afazeres domésticos, com a produção de alimentos, o cuidado com as crianças, e a participação nas decisões das comunidades devem ser dos homens e das mulheres. Esse é o tema do quinto episódio da terceira temporada de Aqui É Meu Lugar.
As entrevistas deste episódio foram feitas por Bia Antunes, representante da comunidade Barra da Lagoa, do município de Santa Filomena.
Episódio 4:
A alimentação de ontem e de hoje: sempre agroecológica
A tecnologia avança também nas comunidades rurais. Naquelas com mais recursos, as máquinas contribuem para melhorar a produção e garantir o alimento na mesa das famílias agricultoras, mas também para o mercado local e para a merenda escolar.
O que permanece desde o tempo dos ancestrais nos territórios no sul do Piauí é o cultivo agroecológico. No episódio 4 da terceira temporada de Aqui é Meu Lugar, as comunidades contam sobre a importância do cultivo de alimentos sem veneno.
As entrevistas deste episódio foram feitas por Igor Braúna de Souza, Júlia Ketelly Messias e Sabrina Santos, integrantes do grupo Jovem Liberdade e Direito, da comunidade de Currais.
Episódio 3:
Ribeirinhas brejeiras: a vida entre rios e brejos
Comunidades ribeirinhas-brejeiras são aquelas que se estabeleceram entre brejos e rios, que fornecem água para consumo humano, para cultivo de alimentos, pesca e lazer. No terceiro episódio de Aqui é Meu Lugar, essas comunidades contam sobre as origens dos territórios Brejo do Miguel e Salto, no Sul do Piauí. Um elemento central é a organização para a titulação coletiva desses territórios.
As entrevistas deste episódio foram feitas por Júlia Ketelly Messias, do grupo Jovem Liberdade e Direito, de Currais, e Ermínio Ribeiro Júnior, indígena Akroá Gamella, do território Vão do Vico.
Episódio 2:
Toca e Lagoa Feia: fontes de água dos Akroá Gamella do Sul do Piauí
Para os povos indígenas e comunidades tradicionais, as águas estão sempre presentes na história de seus ancestrais e suas origens. Ameaçados pelo agronegócio, os povos indígenas resistem e conservam suas águas, que garantem a permanência na terra, também para as gerações que ainda virão.
Neste segundo episódio de Aqui é Meu Lugar os povos Akroá Gamella no sul do Piauí compartilham seus saberes sobre os encantos, a importância e a proteção da Toca e da Lagoa Feia.
As entrevistas do segundo episódio foram feitas por: Ercilene Nunis da Silva e Ermínio Ribeiro Júnior, indígenas Akroá Gamella dos territórios Morro D’Água e Vão do Vico.
Episódio 1:
As origens das comunidades rurais em Currais
Currais é uma localidade no Sul do Piauí que só se tornou município em 1994. Qual a origem das primeiras famílias que formaram essas comunidades? No primeiro episódio de Aqui é Meu Lugar as pessoas que guardam memórias de seus ancestrais contam suas histórias e como permanecem em seus territórios. E também sobre um povo que sempre foi de Currais: os indígenas Akroá Gamella.
As entrevistas do primeiro episódio foram feitas por Igor Braúna de Souza, Júlia Ketelly Messias e Sabrina Santos, integrantes do grupo Jovem Liberdade e Direito, de Currais.
OUÇA AS TEMPORADAS ANTERIORES:
Temporada 1: A resistência das comunidades rurais na proteção dos territórios
Temporada 2: A resistência das comunidades rurais na proteção dos territórios
-----
A terceira temporada de Aqui É Meu Lugar tem produção da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, em parceria com a Comissão Pastoral da Terra – Piauí e com o Coletivo Povos e Comunidades Tradicionais do Cerrado no Piauí. Apresentação: Terezinha Menezes. Roteiro e edição: Daniela Stefano