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Cartilha


1. A história das comunidades remanescentes
de quilombos de Alcântara, Maranhão

A área onde hoje está o município de Alcântara foi inicialmente habitada por índios Tupinambá. Os franceses ocuparam o local no final do século XVI e dominaram a região até 1616. A partir daí, os portugueses passaram a exercer o poder na vila. A produção local passou a ser baseada na escravidão indígena e africana.

O município de Alcântara foi fundado em 1648 e sua economia baseava-se na produção de algodão e cana-de-açúcar. O trabalho era realizado por escravos negros. Em 1759, na administração do Marquês de Pombal, as fazendas dos jesuítas foram confiscadas e vendidas a particulares. As propriedades das Ordens Religiosas dos Carmelitas e Mercedários permaneceram até o final do século XIX e depois foram repassadas à Igreja ou ao Estado, originando as comunidades tradicionais.

Nesta época, Alcântara passou a ser habitada por escravos e descendentes de índios. Veio a queda do preço do açúcar e as pressões pela abolição da escravatura. Com isso, formaram-se vários quilombos naquela região. Os quilombos são fazendas formadas, principalmente, por escravos fugitivos ou libertos e baseadas na produção coletiva. São comunidades tradicionais, com culturas, dialetos, formas de produção e regras internas próprias.

A importância histórica e cultural dessas comunidades fez com que a Constituição brasileira de 1988 reconhecesse o direito delas aos seus territórios. Em geral, são territórios denominados “remanescentes de quilombos”. Essas comunidades, vindas de doações a ex-escravos, também são chamadas de “terras de preto” ou “comunidades negras”. Seus integrantes recebem o nome de “quilombolas”. Já as terras abandonadas por ordens religiosas deram origem às “terras de santo” e “terras de santíssimo”.


Leia mais:

2. Alcântara hoje

3. Os impactos do Centro de Lançamento de Alcântara

4. O acordo entre o Brasil e os EUA

5. O que fez o governo brasileiro

6. Os deslocamentos das comunidades

7. As comunidades reagem

8. A titulação das terras

9. O que são as agrovilas

10. As transferências para as agrovilas

11. Depoimentos dos moradores das comunidades

12. Fontes de Pesquisa e Contatos

Fotos: Maria Luisa Mendonça