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Cartilha


11 de Setembro, “fast track ” e ALCA

No dia 11 de setembro de 2001, o mundo testemunhou, chocado, os ataques de três aviões às chamadas Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York e ao edifício do Pentágono, em Washington. Tais ataques causaram grande comoção em todo o povo norte-americano e criaram as condições políticas para um respaldo generalizado ao governo. Serviram de trunfo para o presidente George W. Bush, que buscava legitimidade para uma ofensiva econômica, militar e diplomática, em escala mundial.

O presidente, em situação de fragilidade política por ter sido eleito por
um processo questionado por denúncias de fraude e manipulação dos votos, de repente conquistava mais de 90% de aprovação dos cidadãos norte-americanos.

Os ataques com aviões colocaram Geroge W. Bush, de fato, na
presidência dos EUA, com enorme apoio popular. Contou, é claro, com o
interesse das empresas e a colaboração da mídia que exaltava o nacionalismo e a superioridade da nação norte-americana em relação ao resto do mundo.

Foi neste contexto que o governo Bush enviou ao Congresso uma
solicitação denominada Trade Promotion Authority conhecida como “fast track” ou “via rápida”. Trata-se de um pedido de autorização do Executivo ao Legislativo para poder negociar emendas comerciais, sem que o Legislativo possa vir a alterá-las. No dia 6 de dezembro de 2001, a Câmara de Representantes dos EUA aprovou o “fast track”, por apenas um voto de diferença. Mesmo com a garantia de que os interesses norte-americanos não poderiam ser negociados.

Porém, o Congresso norte-americano colocou exigências ao governo
George W. Bush, dando o rumo no que ele poderia negociar de forma acelerada.

Essas orientações apontam para o fortalecimento do protecionismo norte-americano em todas as áreas de negociação dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC) e na ALCA.

Em resumo, para janeiro de 2005 ou, de forma acelerada, para
abril de 2003, o rumo das negociações em torno da ALCA já está dado pela nação hegemônica no mundo e no Ocidente. O rumo é o fortalecimento dos interesses econômicos e políticos dos EUA no Continente Americano.

Leia mais:

APRESENTAÇÃO

I. O que é a proposta da ALCA
    - A tarefa dos nove Grupos de Trabalho que negociam os termos     da ALCA
    - 11 de Setembro, “fast track” e ALCA

II. O contexto histórico e geopolítico
    - A) Para compreender o que é Livre Comércio
    - B) Entender os EUA - para entender a ALCA
    - C) Estratégia geral dos Estados Unidos
    - D) A estratégia dos EUA para as Américas
    - E) A estratégia dos EUA e a ALCA

III. ALCA - O que pode acontecer aos povos latino-americanos
    - A) ALCA - Beneficiar poucos e prejudicar muitos
    - B) Significado para Governos e Empresas
    - C) Conseqüências da ALCA

IV. Luta continental contra a ALCA

V. O Plebiscito sobre a ALCA no Brasil

VI. Datas e eventos fundamentais da Campanha Nacional

VII. Datas e eventos fundamentais da Campanha Continental

VIII. Uma outra América é possível

IX. Bibliografia

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