O Plebiscito sobre a ALCA no Brasil
No
Brasil, iniciamos uma prática de realização
de plebiscitos onde o povo tem a possibilidade de se manifestar
a respeito de temas fundamentais para o nosso futuro. Em setembro
de 2000, a Campanha Jubileu Sul-Brasil organizou o Plebiscito
Nacional sobre a Dívida Externa, quando mais de 6 milhões
de pessoas participaram. Destas, 92% disseram não à
Dívida e sim à Vida.
A
Campanha Jubileu Sul-Brasil faz parte da Campanha Jubileu
2000, implementada em 60 países, com o objetivo de
conquistar o cancelamento da dívida externa dos países
empobrecidos. No Brasil, esta Campanha articula um amplo número
de movimentos populares e entidades, com a participação
ativa de pastorais e organismos da CNBB (Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil) e das Igrejas ligadas ao CONIC
(Conselho Nacional de Igrejas Cristãs).
Os
participantes da Campanha Jubileu Sul-Brasil foram tomando
consciência de que a ALCA é uma ameaça
tão grave quanto as dívidas externas dos países
latino-americanos e caribenhos. Tanto quanto as dívidas
externas, a ALCA submete todo o Continente às políticas
neoliberais e ao poder imperialista dos Estados Unidos da
América.
Por
isto, a Plenária Nacional da Campanha Jubileu Sul-Brasil,
realizada em São Paulo, de 19 a 21 de novembro de 2001,
decidiu realizar o Plebiscito Nacional sobre a ALCA, de 1
o a 7 de setembro de 2002. Para tanto, foi formada a Campanha
Nacional contra a ALCA, da qual participam inúmeras
entidades, movimentos populares, ONGs e partidos políticos
e que deverão levar o Plebiscito para todo o país.
Naquela
Plenária foram definidos os objetivos, a estratégia
geral, a metodologia e o calendário da Campanha Nacional,
como parte da Campanha Continental contra a ALCA. Foram suas
deliberações:
Objetivos
a) barrar a ALCA; b) defender a soberania nacional; c) mudar
o modelo econômico de dependência externa; d)
construir uma alternativa de integração popular
e soberana entre os povos americanos;
Lutas
Permanentes
a) resgatar o espírito de militância; b)
conscientização, politização e
trabalho de base; c) mobilizações e ações
de massa; d) realizar consultas populares e plebiscitos, inclusive
referendos oficiais; e) participar do processo continental
de luta.
Formas
de Organização
a) Comitês Populares contra a ALCA com ação,
propaganda, formação b) Plenárias Estaduais
contra a ALCA com a presença de todas as forças
sociais;
c) Plenária Nacional da Campanha com todos os movimentos
sociais;
d) uma Comissão Coordenadora nas Plenárias e
uma secretaria operativa para o encaminhamento das deliberações;
e) Equipes de Trabalho: formação, produção
de material de apoio, propaganda, organização
do Plebiscito, finanças, pressão sobre o governo
e parlamentares.
Iniciativas
diversas
Monitorar as negociações oficiais, divulgar
informações de forma massiva, produzir material
didático e símbolos da Campanha, realizar debates
e seminários, campanhas nos meios de comunicação,
construir alianças sociais, marchas, festivais culturais,
etc.
É
fundamental que em cada bairro, fábrica, escola, faculdade,
comunidade, local de trabalho, paróquia, sindicato
seja constituído um Comitê Popular da Campanha
Nacional contra a ALCA. Estes comitês deverão
se articular por município e por estado, integrando
a grande rede da Campanha em todo o país.
O
ano de 2002 será ano de eleições gerais
no Brasil: serão eleitos deputados estaduais, deputados
federais, senadores, governadores de estado e um novo presidente
da República. É fundamental, também,
que sejam formados grupos da Campanha Nacional contra a ALCA
no interior dos Comitês Eleitorais dos diversos partidos
do campo democrático-popular. O que está em
jogo nas eleições gerais é o futuro do
país, é o Projeto Nacional, do ponto de vista
econômico, político, social, cultural e ideológico.
É o mesmo que está em jogo com o processo de
negociação da ALCA. É importante se discutir
a questão
da ALCA em todos os níveis da campanha eleitoral e
comprometer os partidos e os candidatos com a realização
do Plebiscito sobre a ALCA.
Por fim, em 2002 teremos o Grito dos Excluídos no dia
7 de setembro, com o lema Soberania não se negocia,
referente à ALCA. Todos os comitês populares
e grupos da Campanha devem se articular com o Grito dos Excluídos
para, no Dia da Pátria, realizarmos grandes eventos
de encerramento do Plebiscito Nacional, com grandes mutirões
de coleta de votos em todos os municípios do país.
Leia
mais:
APRESENTAÇÃO
I.
O que é a proposta da ALCA
- A tarefa
dos nove Grupos de Trabalho que negociam os termos da
ALCA
- 11 de
Setembro, fast track e ALCA
II.
O contexto histórico e geopolítico
- A) Para
compreender o que é Livre Comércio
- B) Entender
os EUA - para entender a ALCA
- C) Estratégia
geral dos Estados Unidos
- D) A estratégia
dos EUA para as Américas
- E) A estratégia
dos EUA e a ALCA
III.
ALCA - O que pode acontecer aos povos latino-americanos
- A) ALCA
- Beneficiar poucos e prejudicar muitos
- B) Significado
para Governos e Empresas
- C) Conseqüências
da ALCA
IV.
Luta continental contra a ALCA
V.
O Plebiscito sobre a ALCA no Brasil
VI.
Datas e eventos fundamentais da
Campanha Nacional
VII.
Datas e eventos fundamentais da
Campanha Continental
VIII.
Uma outra América é
possível
IX.
Bibliografia
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