Luta continental contra a ALCA
A
preocupação com a proposta da ALCA veio crescendo
nos movimentos sociais, centrais sindicais e ONGs de toda
a América Latina e do Caribe, nos últimos anos.
Em abril de 2001, representantes de várias entidades
e movimentos de diversos países reuniram-se em Quebec,
Canadá, na 2 a Cúpula dos Povos das Américas
e tomaram a decisão de combater a ALCA em todo o Hemisfério.
Organizados
na Aliança Social Continental, esses movimentos lançaram
uma Declaração com o seguinte grito de guerra:
Não
à ALCA! Outra América é possível!
Nós,
delegados e delegadas da 2 a Cúpula dos Povos das Américas,
afirmamos nossa oposição ao projeto da Área
de Livre Comércio das Américas, que se vem negociando
conjunta e secretamente entre os chefes de Estado e de Governo
e o Fórum de Empresários das Américas.
Quem
somos? Somos a Aliança Social Continental e viemos
de todos os rincões das Américas para que se
ouça a voz das organizações sindicais,
populares, do meio ambiente, de mulheres, grupos de direitos
humanos, de solidariedade internacional, de associações
indígenas, camponesas, de estudantes e de grupos ecumênicos.
Repudiamos
este projeto de liberalização do comércio
e dos investimentos, de desregulamentação e
privatização. Opomo-nos a um projeto neoliberal
racista, sexista, injusto e destruidor do meio ambiente.
Propomos
a construção de novos caminhos de integração
continental baseados na democracia, na igualdade, na solidariedade,
no respeito ao meio ambiente e aos direitos humanos.
Estava
lançado o desafio: construir uma grande articulação
popular continental, assim como em cada país, para
a luta contra a ALCA, das mais diversas formas. A Aliança
Social Continental reuniu-se em Florianópolis, em outubro
de 2001, onde a Campanha Continental contra a ALCA continuou
a ser planejada, de forma mais detalhada.
Nos
dias 13 a 16 de novembro de 2001 foi realizado em Havana,
Cuba, o Encontro Hemisférico de Luta contra a ALCA,
reunindo 800 representantes de movimentos sociais de 34 países
do Continente. A Declaração Final do Encontro
afirma:
Vimos
que a ALCA, como manifestação da rapina imperialista,
representa uma opção absolutamente inaceitável
para nossas nações. Os povos da América
Latina lutam por uma integração que tenha como
objetivos centrais a conquista de um verdadeiro desenvolvimento
econômico, social e cultural que busque eliminar as
enormes desigualdades existentes entre os países e
entre mulheres e homens.
Nossos
povos não podem permitir que nossos governos aceitem
a ALCA e devemos exigir que assumam sua responsabilidade na
definição de políticas nacionais de desenvolvimento
econômico e de promoção do bem-estar e
da igualdade social, sobre a base do respeito à autodeterminação
e à soberania nacionais.
Entre
as deliberações do Encontro Hemisférico
de Luta contra a ALCA,estão:
- Propor o processo de consultas populares e plebiscitos sobre
a ALCA como uma forma de conscientizar e mobilizar os povos
e pressionar os governos, construindo comitês nacionais;
- participar ativamente nos preparativos nacionais para a
realização do II Fórum Social Mundial,
em Porto Alegre, Brasil e fazer o lançamento do Plebiscito
continental sobre a ALCA.
No
dia 04 de fevereiro de 2002, durante o II Fórum Social
Mundial, em Porto Alegre, mais de 50.000 pessoas saíram
às ruas para protestar contra a ALCA e para lançar
oficialmente, para todos os povos e nações do
Continente Americano, o Plebiscito Continental sobre a ALCA.
Várias
igrejas cristãs também se posicionaram afirmando
que propor um projeto que recorre aos conceitos de liberdadee
comérciocomo se fossem realidades de fácil
acesso para as grandes maiorias, torna-se antiético,
de extrema perversidade e cinismo (...), num panorama
social desolador, a Alca se apresenta como um aprofundamento
em escala do modelo, reforçando o domínio dos
EUA sobre os povos da região, dentro da competição
pelo controle de áreas estratégicas e à
sombra de uma escalada militarista jamais vista..(...)
por isso, por fidelidade à Boa Nova proclamada
por Jesus de Nazaré ... nos opomos com firmeza a qualquer
acordo que implique morte, destruição de nossas
identidades, implantação de outros valores e
que não se coloque a favor da vida abundante(...)
Convocamos nossas igrejas, instituições
e organizações a comprometer-se em um processo
de oração e luta permanente pela promoção
de alianças autênticas que assegurem pão,
paz, justiça e os valores do Reino para todos e todas.
O
que você pode fazer,desde já,ou está
fazendo contra o projeto da Alca?
Leia
mais:
APRESENTAÇÃO
I.
O que é a proposta da ALCA
- A tarefa
dos nove Grupos de Trabalho que negociam os termos da
ALCA
- 11 de
Setembro, fast track e ALCA
II.
O contexto histórico e geopolítico
- A) Para
compreender o que é Livre Comércio
- B) Entender
os EUA - para entender a ALCA
- C) Estratégia
geral dos Estados Unidos
- D) A estratégia
dos EUA para as Américas
- E) A estratégia
dos EUA e a ALCA
III.
ALCA - O que pode acontecer aos povos
latino-americanos
- A) ALCA
- Beneficiar poucos e prejudicar muitos
- B) Significado
para Governos e Empresas
- C) Conseqüências
da ALCA
IV.
Luta continental contra a ALCA
V.
O Plebiscito sobre a ALCA no Brasil
VI.
Datas e eventos fundamentais da
Campanha Nacional
VII.
Datas e eventos fundamentais da
Campanha Continental
VIII.
Uma outra América é
possível
IX.
Bibliografia
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